PSICOTERAPIA, PSICANÁLISE, PSIQUIATRA, PSICÓLOGO...

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     Não há ninguém que não tenha confundido ao menos uma vez palavras tão parecidas como PSICOTERAPIA, PSICANÁLISE, PSIQUIATRA, PSICÓLOGO, etc.

      A psiquiatria é um ramo da Medicina. Quando um estudante termina esse curso, vai procurar a sua especialização. Pode optar em ser um clínico geral, pediatra, ginecologista, neurologista, endocrinologista, cardiologista, etc. Uma dessas áreas é a psiquiatria, isto é, irá trabalhar como médico psiquiatra, aquele que trata de “problemas mentais”. O médico psiquiatra é habilitado a prescrever remédios em situações habituais e de emergência (pois teve sua formação mais voltada para os aspectos fisiológicos e neurológicos do comportamento) e também realizar psicoterapia se obtiver especialização para tanto. O psiquiatra é solicitado, por exemplo, pelo psicólogo quando seus pacientes necessitam de apoio medicamentoso, isto é, em se tratando de casos como depressões graves, psicoses (ex: esquizofrenia), transtornos bipolares, síndrome do pânico, etc.
   

    A diferença reside em que o psicólogo não é médico e sim graduado por uma faculdade de Psicologia. Teve sua formação mais voltada para a investigação dos fenômenos psicológicos e para a prática de psicoterapia e técnicas de investigação psicológica. O psicólogo pode trabalhar em um consultório, hospital geral ou psiquiátrico, escolas, saúde pública e empresas (realizando seleção e treinamento de pessoal, consultorias etc.), mas não pode receitar nenhum tipo de medicação (incluindo fitoterápicos, florais, etc.). Por outro lado, somente o psicólogo tem autoridade para aplicar um teste psicológico, por exemplo, e emitir laudos para que seja autorizada uma cirurgia bariátrica. O psicólogo também se especializa em qualquer tipo de psicoterapia.

   Psicoterapia é uma técnica desenvolvida pela PSICOLOGIA (Ciência que estuda os problemas da “alma”- PSI= alma, LOGIA= estudo). Refere-se a qualquer procedimento que visa interferir e atuar sobre os desígnios da alma humana através da palavra, trabalhos corporais ou manuais. O importante é que contribua para mudanças de comportamento e relacionamento do indivíduo com seu próprio mundo mental, emocional e social. Ao longo dos anos foram desenvolvidos inúmeros tipos diferentes de psicoterapias: psicodrama, cognitivo-comportamental, reichiana, holística, psicanálise, psicoterapia fenomenológica, junguiana (que no Brasil é conhecida como psicoterapia analítica), gestalt, e tantas outras. Como já foi dito, a psicoterapia pode ser exercida por médicos psiquiatras e psicólogos. Deste modo, se você consultar algum outro tipo de profissional que pretenda realizar psicoterapia, mas não seja um deles, desconfie; somente os dois têm habilitação legal para tanto, e Conselhos Federais para a regulamentação, parametrização ética, fiscalização, punição e cassação da função dos profissionais. 

   Você conclui então que alguém pode estar realizando psicoterapia (seja ela qual for) com um psicólogo ou psiquiatra. A diferença se estabelece no modo de trabalho de cada profissional. Os psiquiatras muitas vezes tendem a enxergar os distúrbios psíquicos apenas como fruto de desequilíbrios orgânicos, cerebrais, neurológicos, posição apenas parcialmente compartilhada por psicólogos... Está claro agora?

   Deste modo, finalmente, psicanalista é o profissional que realiza a psicoterapia nos moldes da Psicanálise, teoria formulada por Sigmund Freud, que investiga, sobretudo as manifestações inconscientes, isto é, aquelas que fogem à nossa razão, à nossa consciência, e sem saber somos orientados por eles.  ------Clique aqui para saber mais sobre a Psicanálise ---- Assim, existem psiquiatras e psicólogos psicanalistas, que às vezes se autodenominam somente psicanalistas, gerando ainda mais confusão.
Mas como escolher? Com quem seria melhor eu me consultar? 

  Na minha opinião, exceto urgências psiquiátricas (crises extremamente severas e incapacitantes), o correto é sempre primeiramente procurar um psicólogo. Na minha clínica ao longo dos anos, atendendo centenas de pacientes, raros os que encaminhei para um psiquiatra. Os psiquiatras enxergam o mundo mental sob uma perspectiva de cura, e muitos deles precisaram abandonar esse conceito para adentrar ao mundo psíquico, onde o sujeito é visto como um ser em desenvolvimento e a mente dentro de uma rede complexa e dinâmica. Isso não significa que os problemas e sofrimentos não irão diminuir e muitas vezes desaparecer, muito pelo contrário, ir à fonte dos sintomas é o caminho mais efetivo para o que todos almejamos...mais “leveza”, equilíbrio, autodomínio, menos ansiedades , angústias, medos e tristezas.

   Ao mesmo tempo, deixo claro que a medicação pode ser um importante aliado no processo, pois a repetição de sintomas pode gerar mudanças drásticas neurológicas, e a Ciência proporciona excelentes ferramentas para amenizá-los e muitas vezes permitir e colaborar para que o indivíduo tenha condições de realizar a psicoterapia.